Como despertar nas crianças a consciência profunda do respeito à diversidade? Essa questão tem norteado pais e professores na busca de conter o famoso bullying e, assim, reduzir as consequentes manifestações discriminatórias da juventude.
O bullying se caracteriza por atitudes agressivas ou abusivas, feitas constantemente contra aqueles que são vistos como "diferentes". Físicas ou verbais, essas agressões costumam ter como vítimas aquela criança mais quietinha, aquela acima do peso, aquele que usa óculos, entre tantos outros.
O tema é muito delicado e não raras vezes encontra fatores que estão além da sala de aula. Daí a importância de se trabalhar o conteúdo com as crianças desde cedo e ficar atento quando surgirem as primeiras atitudes discriminatórias.
Para coibir ais atitudes, é necessário que pais e professores atuem juntos. Em casa, a criança deve aprender com pais valores éticos e morais,, com destaque para o respeito à diversidade, independente de cor, opção sexual, condição social ou tipo físico. Com esses conceitos bem cristalizados, a criança (quando tiver idade suficiente) não só terá respeito, como vai identificar e tentar coibir atitudes em que ela identifique a presença discriminatória.
- EM SALA DE AULA -
- Diálogo com bonecos
- Inicie um diálogo informal com as crianças acerca de seus brinquedos favoritos etc. Quando as meninas manifestarem sua predileção por bonecas, por exemplo, questione-as se já viram bonecas gordas ou negras, se isso é comum a elas.
- Em seguida,, promova uma oficina de bonecos. Ressalte que será uma oficina livre e acompanhe o processo e os resultados.
- O papel do professor como mediador é imprescindível, pois sua interferência será necessária quando reconhecer estereótipos.
- Aprendendo a confiar
- Divida a turma em duplas e decida quais membros iniciarão a atividade.
- O escolhido deve deixar o copo cair para trás e o companheiro deve se posicionar em sua direção e segurá-lo antes que atinja o chão.
- Quando terminarem, inverta as funções.
- Em uma nova rodada, peça que dessa vez eles se joguem de frente para o colega, que novamente deverá segurá-lo. As crianças perceberão que esse passo é mais difícil, pois exige ainda mais confiança.
- Troque as duplas e repita o procedimento.
- É muito importante que após a atividade o professor abra portas para uma breve reflexão acerca do que vivenciam.
- Olhos vendados
- Coloque vendas nos olhos de metade dos alunos.
- A outra metade servirá como "guia" das crianças vendadas, não deixando que elas sejam atingidas por outras ou tropecem e esbarrem em alguns objetos.
- No final, faça uma roda e converse sobre o que eles acharam da atividade e como procuraram confiar nos parceiros.
- PAPEL DO PROFESSOR -
O professor deve, além de reforçar o ensino de tais valores, estimular o diálogo e promover atividades pedagógicas que coloquem os estudantes em diversos papéis. Pedir que a criança coloque-se no lugar da vítima pode ajudá-la a entender como os outros se sentem quando são vítimas dessas agressões. Ela passa a entender que está errada e quais danos ela pode causar aos seus colegas. Também seria interessante realizar palestras sobre o assunto e convidar os pais para assistir e ter mais conhecimento para ajudar melhor a criança afetada que pode ser até mesmo o próprio filho, que por sua vez, venha estar em uma situação semelhante.
" Homossexualidade, obesidade, cor da pele, as características consideradas diferentes nos colegas não gerarão repúdio se as crianças aprenderem desde cedo a lidar com a diversidade".
Retirado da Revista Coleção Educação Infantil.
Adaptações: CMFC
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